sábado, 10 de dezembro de 2011

Os ruídos que têm as despedidas silenciosas

“Eu te aninhei em meus braços como quem aninha um poema, como quem aperta uma saudade, como quem teme aquilo que tem nas mãos. Teme quebrar, teme machucar, teme desalinhar, perder, descosturar... Esquecer.” [Ju Fuzetto e Maria F. Probst]

Enquanto nos olhávamos, intimamente te poetizei. Não contive as palavras que precisavam sair de qualquer maneira, ainda que no silêncio que só uma alma amante pode suportar. Te disse tudo – ou quase tudo - enquanto você sorria com cara de quem não sabia o que esperar de mim, e então você apenas me abraçou. Temi que percebesse a loucura que as palavras estavam fazendo com meu coração, que batia em descompasso, mas que sabia exatamente qual seria o próximo passo quando era você quem estava na porta e me sorria e me abraçava e dessa vez mais forte enquanto me dizia o quanto é angustiante a nossa despedida. Nos vemos mais tarde, eu disse - ainda que carregasse a mesma sensação aqui dentro.

As palavras que não dissemos foi o nosso mais singelo beijo de despedida nessa manhã fria, que cheira a orvalho.

18 comentários:

  1. Belíssimo texto, belíssimo blog. Voltarei sempre aqui.
    Um beijo.

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  2. Lindo texto... consigo imaginar cada palavrinha dita numa cena linda!
    Beijooos

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  3. Lindo texto. Imagino que não houve últimas palavras e se o beijo foi o preenchimento do vazio que elas deixam, ainda pode haver passos retrógrados. (:

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  4. Pqp, cara.
    Nem sei o que dizer. Fantástico.

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  5. Muito obrigada por suas palavras em meu blog, querida!

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  6. Lindíssimo!
    Espero ter o prazer de ler mais vezes os teus sentimentos. *-*

    Desejo a você um feliz natal e um próspero ano novo, pois vou viajar amanhã e não sei como será o meu contato com o mundo virtual. Então desde já, muitas felicidades e alegrias no ano que se aproxima! *-*

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  7. Adoro tau escrita cheia de poesia, cheia de sentimento...abraços e despedidas, sempre marcantes!
    Aproveitando...um natal de harmonia e luz pro seu coração e seu lar!

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  8. "Eu te aninhei em meus braços (...) como quem aperta uma saudade"
    ai, o abraço. significa tanta coisa pra mim! às vezes até mais que um beijo. lindo texto, Nara.

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  9. Poetisa Nara


    Antes de ser acometido pela doidice,
    pela brandura da poesia,
    nos NATAIS: presenteava... coisas, jóias.
    Hoje... virei poeta, fui infetado pela loucura,
    envio presente pelo vento, através das ventanias,
    e são “esperanças”, e “ felicidades”.
    Abra a sua alma...
    esta brisa que chega... em silêncio estou docemente nela.

    abraços
    Ari Mota e sua alma

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  10. Tão intenso e tão profundo esse texto...
    Tão cheio de sentimentos e tão encantador..
    Ameei o texto, flor *-*

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  11. Esses silêncios dizem muito...

    Flores e uma ventania
    de bons pensamentos, moça.

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  12. Esses teus textos me deixam com um sentimento que eu acho que é saudade, misturada com carência. E são lindos, são sempre assim, tão bom vir aqui e achar esse conforto caseiro, tão bom...
    Feliz ano novo, desde já, Nara!

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  13. Juro que pude imaginar cada palavra desse texto pulando pra realidade. Que belo, que sincero!

    Derramei-me aqui.

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  14. Silêncios costumam invadir, mas nos falam muito. Sua escrita é fascinante Nara, continue... Um grande beijo!

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  15. Muito lindo, menina. Seus textos acendem a vontade de escrever. Parabéns!

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  16. Silêncios e despedidas, sempre de mãos dadas.

    Feliz ano Nara!

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  17. Que belo texto, Nara!
    Realmente você escreve com a alma, de uma maneira muito verdadeira.
    Grande abraço, sucesso, feliz 2012!

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