terça-feira, 14 de maio de 2013

Encontro-me onde não compreendo-me.

De repente uma mão encosta na minha, uma pele de alma leve me fala sobre se sentir feliz por estar junto. Um olhar devora minha distração e meus silêncios. Olhos silenciosos, viajante de alma, tão compreensiveis, cúmplices. E às vezes eu me pego me dilacerando com aquilo que de mais bonito tenho nas mãos. Minha natureza insuportavelmente - apesar de amada e aceita - sensível parece se armar diante da leveza de um carinho amoroso, sem ofegância ou vulgaridade. E eu me sinto invadida, me trapaceio, encontro um abismo por onde caem o abraço apertado que eu precisava no final de um dia difícil, o beijo de boa noite de quem me esperou determinada hora do dia apenas pelo prazer de o fazer, a ligação na hora mais inesperada, o silêncio que diz muito sobre abrigo, a mão que encosta na minha que só sabe ser gratidão. Eu não consegui ainda te explicar pra meu desespero diante de tanto afeto leve, mas eu aceito. Eu me perdoo. Dou-te meu medo, meu susto e, por assim ser, meu amor. Ainda que constrangido, controverso, louco por liberdade e por este teu abraço.

2 comentários:

  1. Ah! Como eu queria um dia poder voltar a me sentir assim, louca por aquele abraço e tê-lo por perto.. Como eu sonho, tanto que sonhei..

    Estava com saudade de teus escritos, Nara.. Belíssimo texto, como sempre!
    Beijos*:
    leontynasantos.blogspot.com.br/

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  2. ''Eu não consegui ainda te explicar pra meu desespero diante de tanto afeto leve, mas eu aceito''

    Meu Deus Nara, é de encher os olhos e o coração essas tuas palavras! Essa parte do texto vai ficar ecoando em mim durante tempos, olha.

    Um beijo, flor. <3

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