sábado, 26 de julho de 2014

É madrugada e eu só preciso escrever...

Eu me peguei com os atalhos e as saídas corrompidas nas pontas dos meus dedos. Como se eu tivesse sido apanhada em meio a algo com o qual não saberia lidar, mas que eu teria de correr todos os riscos de um interrogatório onde eu teria de enfrentar sem qualquer recurso prévio. Voltei os olhos para onde o sol queimava e tudo era tão brando, tão singelo... Precisei, mais uma vez, reconhecer-me em desordem para poder recuperar a inteireza - meio desajeitada, tateando com tudo o que, graças a Deus, não me falta - com a qual aprendi a conviver tão confortavelmente. O processo é contínuo... E o amanhecer sempre recai sobre nossas noites de dúvidas e certezas já defasadas. E já é manhã nesse me-meti-onde-não-me-cabia. E eu preciso amanhecer novamente, com os pés no solo-meu que Deus me deu pra chafurdar a vontade, contanto que eu não chafurde no solo de ninguém. 

A meteorologia diz que vem chuva; as más línguas, que o tempo fechou. Prefiro a paz que diz que o céu está em trabalho de parto e que, não tarda, o sol nasce outra vez.


Um comentário:

  1. só quero saber quando você vai fazer seu livro pra eu ter um bocado dessa beleza, diariamente, aqui pertinho de mim. Lindo, nara querida, de um jeito que eu nem sei dizer.
    Beijos

    ResponderExcluir

Diga-me você...