O caminho
estava posto e as diretrizes estavam definidas. Pelo menos era assim que ela
pensava enquanto fazia o percurso para casa. Havia tanto a ser dito que calar
foi a saída mais plausível diante dos olhos tagarelas a frente. Ela tinha uma
coisa com os olhos. Era o olhar que a desconcertava. Na verdade, era o olhar que dizia saber muito
sobre ela que a desconcertava. Oras, ela que sempre desconcertou, que sempre
soube muito sobre o outro, estava agora do lado oposto. Alguém mexeu no seu
paradoxo mais uma vez e ela não sabia se estaria disposta a pagar para ver.
Isso tudo seria muito desconfortável se ao mesmo tempo ela não sentisse tanta
paz do lado de dentro. Isso seria mais complicado de entender – mais do que já
está sendo – se ela não tivesse aberto a cortina anteriormente e arejado o
lugar com brisa fresca e sol quente. Freqüentemente pensava em como aquilo que
era infinito outrora poderia reduzir-se a nada num virar de esquina ou numa
esbarrada de sorriso que diz mais sobre o que pode ser tão mágico quanto a
primavera. E é. Está sendo. (Haveria alguém sorrindo primavera por aí?) E para que a linha tênue entre estar em paz e
desejar estar em paz não seja deturpada, ela aprendeu – aos trancos e desajeitada
– a ser franca consigo mesma. Aprendeu a travar a guerra, a ganhar e a perder a
luta.
E toda vez que o coração aperta,
ela respira fundo e muda o foco para o processo diário de cura. Ela retira
mentalmente o sapato apertado da incerteza para adentrar ela mesma em seu coração.
“Wind in my hair, I feel part of everywhere
Underneath my being is a road that disappeared.”
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