segunda-feira, 27 de junho de 2011

Aconchego para alma

Os dias frios e negros exigem de mim uma calmaria terna; tão terna que chega a ser confundida com solidão - o que pode até ser, sim, mas bem miúda. É que sinto algo diferente quando o tempo está assim, algo que me faz perder a fala e os sentidos, e essa perda eu posso chamar de alegria, calma e cheia de ternura.
Cristalizo meus olhos no tempo. A admiração é como aconchego para alma; pausa na dor. Posso deixar meus olhos e mente vagarem para além do horizonte. E nesse momento, o vento que parece cortar até a alma é belo e tem cheiro de orvalho, as nuvens que parecem carregar a maior tempestade do dia já não podem ser maior do que a tempestade sentimental interior. E, então, deixo-me ir... com o vento, com a pseudo-solidão, com a tempestade interior, com o horizonte que me espera calmo e infinito.

19 comentários:

  1. "Deixo-me ir..."
    Lembrou-me Let it be.

    Linda, minha Nara.

    ResponderExcluir
  2. Que texto lindo,
    e de uma profundidade tamanha...
    adorei.

    =)
    bjs

    ResponderExcluir
  3. COMO SEMPRE SEUS TEXTOS SÃO LINDOS...PROFUNDOS..
    TENHA UMA SEMANA MARAVILHOSA E EMOCIONANTE.
    BJUZ

    ResponderExcluir
  4. hoje a única tempestade grande é a de fora... ainda sinto saudades, muitas, mas não me devasta mais. cheguei ao tempo tranquilo do coração, não sinto mais aquilo que me consumia, me deixava com falta de ar e com a cara inchada de tanto chorar.

    gosto desse tempo que estou vivendo.
    tempo de calma e limpeza, arrumação do lado de dentro da casa, até os cantinhos, aqueles empoeirados e escondidinhos.

    :D


    bjsmeus, linda.

    ResponderExcluir
  5. Adorável. Beijos.

    Au revoir.

    ResponderExcluir
  6. "deixo-me ir... com o vento, com a pseudo-solidão, com a tempestade interior, com o horizonte que me espera calmo e infinito" - é exatamente assim que me sinto nesses dias também. É como se descarregasse nesse vento tudo de negativo que estava acumulado dentro de mim. Alivia sim, e me ajuda a continuar de pé.

    ResponderExcluir
  7. Essa solidão miúda também sempre vem aqui comigo...Mas é preciso está calmaria

    ResponderExcluir
  8. Que doce!

    Há aqui também uma coisa que se parece com solidão, embora não seja porque enquanto eu estiver comigo, terei uma ótima companhia.

    Suas palavras trouxeram calmaria à tempestade interior daqui. Obrigada.

    ResponderExcluir
  9. Ler você é uma espécie de calmante.

    ResponderExcluir
  10. Apenas posso dizer diante de tal texto, que você descreveu o acalento sobre a alma de uma maneira profunda e mesclada de sentimentos.Solidão não vem a ser a píor das hipótese, mas, sim uma forma de se encontrar dentro de se e então reconhecer-se novamente a cada dia...

    beijos...
    adorei contemplar este momento lendo esse lindo texto.

    ResponderExcluir
  11. tem horas que ligamos o piloto automatico e vamos em frente!

    ResponderExcluir
  12. sempre tem que se deixar ir. em algum lugar, a tempestade e o vento acabam. e se não acabarem, você aprende a conviver com eles.

    ResponderExcluir
  13. Também me sinto assim. Olho o céu cinza e sinto uma solidão gostosa, um abandono que não dói.

    ResponderExcluir
  14. Quando há tempestade lá fora, acalma a minha interior e me sinto parte de algo.

    ResponderExcluir
  15. Te deixa ir sim, mas te deixa ir inteira. Porque de gente pela metade o mundo já ta cheio.

    ResponderExcluir
  16. Pausa na dor tbm estou em dias assim.Beijo.

    ResponderExcluir
  17. Obrigada pela visita e gentil comentário.
    Mudei de Ana para Nita.
    Mais um texto lindo!
    Beijinhos.

    ResponderExcluir

Diga-me você...