quinta-feira, 16 de junho de 2011

Um olhar estrangeiro.

Escrevo, pois não consigo deixar de pensar no teu olhar. Sim. Assombra-me à noite e minha única salvação é quando durmo. Tu, estranho, que tens traços delicados e olhos cansados, viajados, "de ressaca". Olhos esses que me apanharam de modo que não pude fazer outra coisa além de mergulhar neles. Tu, estranho, que és meu segredo mais íntimo, mais temido, mais assustador. Tu, que não desvendarei - não quero desvendar-te, não quero o conhecer de essências, não quero a pieguice que seria saber-te - ficastes na curva de uma de minhas memórias, num tropeço de um pensamento meu, num simples entreolhar.

(16 de junho de 2011)

8 comentários:

  1. Linda descrição, bonito ver que você também cultiva mistérios quando a questão é não querer conhecer por inteiro a pessoa amada, e sim ir conhecendo-a aos poucos.

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  2. Lindo!
    "Olhos esses que me apanharam de modo que não pude fazer outra coisa além de mergulhar neles" - acho que os olhos têm mesmo esse poder hipnotizante sobre algumas pessoas. Eu também sou uma delas.
    Grande Abraço!

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  3. Os poetas são os únicos seres humanos que encontraram a palavra em um modo expressivo que pode capturar a essência dos sentimentos, porque sua poesia é feita de metáforas e alusões símbolos e notações.
    QUE SEU FIM DE SEMANA SEJA EMOCIONANTE.

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  4. escrita é registro. e registrar é uma forma de desvendar, mesmo que lenta.

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  5. ah! eu prefiro pisar em terra firme...

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  6. Vez ou outra encontramos um estranho assim...
    Espero que você esteja bem, que esteja melhor.

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