Fim de tarde, o relógio marca 17h23m de um dia de Agosto, século 21. 17 anos de tardes acinzentadas, vento e silêncio. Nenhum gosto, nenhum cheiro, nenhuma cor. No corpo, essências. Na saliva, café; daqueles fortes para quem quer esquecer ou disfarçar uma angústia um tanto dolorida como quando um sentimento morre dentro da gente.
Pausa. Respira fundo e exala vulnerabilidade. Há dias anda nessa de sair por aí, beijando o entardecer e escrevendo sobre um tipo de dor ou algo muito próximo a isso.
Guarda no coração lembranças de verões intensos, com sol e calor no coração; outonos reconstrutores; invernos melancólicos, com frio interior e primaveras floridas, doces e calmas. Olha-se todos os dias no espelho, tentando encorajar-se a acreditar que há um dia bonito lá fora, que a cicatriz que vê é do espelho e não da alma.
Algumas cicatrize as vezes ficam tão absurdamente expostas..
ResponderExcluirTão profundo, tão lindo!
Guarde somente o que realmente te é necessário, tudo bem que certos momentos são eternos, sim existem dias lindos em frente, então ... Aproveite!
ResponderExcluirQue belo jeito de escrever você tem.
ResponderExcluirEssas tardes cinzentas insistem em vir, ficar, em mexer com a alma, em nos deixar atônitos.
E a cicatriz, mesmo que seja da alma, pode ser curada.
Os momentos são passageiros, mas as lembranças são eternas. Momentos que passaram se tornaram apenas lembranças que ficarão guardadas em um lugar onde ninguém poderá tirar e hoje eu sei, TUDO tem um fim, mesmo aquilo que ser dizia ETERNO.bjus querida
ResponderExcluirPor mais que tentamos nos convencer de que a alma está curada, novamente surge uma cicatriz, para compreendermos, que a vida sempre te porá diante de novos obstáculos.
ResponderExcluirBeijos querida
belo texto e belas palavras.
Nossa, que triste. Mesmo que a cicatriz seja na alma, a ferida já não está mais aberta. Já é um começo.
ResponderExcluir;)
Queria ser como os outros, e rir das tristezas da vida, ou fingir estar sempre bem... - A via Láctea, Legião Urbana. Lembrei da música.
ResponderExcluir"Olha-se todos os dias no espelho, tentando encorajar-se a acreditar que há um dia bonito lá fora, que a cicatriz que vê é do espelho e não da alma."
ResponderExcluirTodos os dias, tento me convencer da mesma maneira. Mas o importante é que, de uma forma ou de outras, a gente acaba aprendendo a não dar tanta evidência às nossas tantas cicatrizes. Eu espero por esse dia ansiosamente.
Texto maravilhoso como sempre.
Grande Abraço!
Tentamos nos salvar dia após dias. Mais os dias são assim na maioria das vezes... nada avassalador, submissos a temporais. Mais aí pensamos... nada melhor que um dia após o outro. E depois as cicatrizes serão curadas, com o tempo.
ResponderExcluirBelo texto! Tem sensibilidade e encanta.
Beijo no coração.
"(...) que a cicatriz que vê é do espelho e não da alma." Cicatrizes são difíceis de curar, mas um dia elas nos deixam, um dia...
ResponderExcluirUma cicatriz pode não ser nada quando a alma é gigante. E a sua é. Gigante e estende-se o tempo todo, porque a luz se espalha através de cada palavra que sai da tua alma.
ResponderExcluirTexto tão lindo e tão verdadeiro que até dói.
Um beijo, querida.
meu blog pessoal > http://www.musicpoesiaeblablabla.blogspot.com/
ResponderExcluirNos momentos de desgosto é bom lembrar dos dias de verão, das tardes de calor, e lembrar que sempre vem a primavera depois do inverno.
ResponderExcluirBeijo.
Parece que nós duas sentimos o gosto amargo dos agostos que passam...
ResponderExcluirAchei teu texto lindo, e ao acaso reconheci essa coincidencia de nós possuirmos o mesmo sentimento por esse mês que a maioria se refere como ''mês do desgosto''.
até mais flor
Belíssimo texto, profundo, reflexivo.
ResponderExcluirGrande abraço e sucesso!
Dias amargos nos lembram das piores coisas, nos mostra as feridas já fechadas, não curadas, somente fechadas. Cicatrizadas em nós, as dores, os amores mal amados, as quedas que levamos, a força que não tivemos, o pior de nós. Tuas palavras, mesmo quando transbordam angústia, são lindas de se ler, Nara, um beijo e que as cicatrizes não sejam nada perto do teu coração, que é forte.
ResponderExcluirDeixe-me degustar dessas palavras. Quero alimentar-me delas. Tão belas, tão bem feitas, ditas-ben-ditas. Tão minhas.
ResponderExcluirSuspiro.
eu me pergunto porque agosto é um mês tão sem gosto pra todo mundo. incrível.
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