quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

"... e nós, que morávamos um no outro,

... ficamos sem casa. Perdoe a falta de abrigo, é que agora eu moro no caminho." [Marla de Queiroz]

É que tenho frequentado o abandono mesmo depois de um momento nosso de intenso prazer. Você me trava o riso solto que se fizera escandalizar minutos antes no ar sempre que decide sair do cenário por uma prioridade qualquer. Não é que eu não te ame mais. Amo a ponto de retirar até a mais fina camada pra entender até que ponto a ferida foi aberta. 
Tenho frequentado o abandono desde que você voltou e quis que eu fosse seu amor. Só que com seus poréns, que estão além, pois não aprendi a frequentar a perfeição. Já não tenho coragem de enfeitar nossa história-solidão. Ouvir que você me ama não faz mais com que as coisas aquietem dentro de mim. Acho que você percebeu, eu não consigo mais retribuir o amor em palavras. Toda vez que penso sobre isso, é como se fosse necessário fazer um esforço profundo, como se eu estivesse querendo resgatar algo que de amor só tem o nome.
Assumir tudo isso é de uma dor desoladora, porque continuo te querendo tão bem, continuo te querendo tão feliz e ainda acho que deveria insistir em amar, pois foi o que me ensinaram e o que eu sempre fiz em relação a nós. Mas, acontece que você colocou nossa história em um cantinho qualquer, longe do sol; mas de repente tenho claustrofobia e desde sempre amo o calor na minha pele...

2 comentários:

Diga-me você...